domingo, 30 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
Roupas…
Roupas…
Ontem ou hoje – o corpo é o mesmo, mas a verdade é que o
humor varia.
Não nos sentimos
iguais todos os dias e é como se na nossa última camada de pele estivesse
tatuado aquilo que sentimos – os outros dão por isso.
Percebem se estamos em
dia “sim ou dia não”.
Quando acordo com o astral “em cima”, ao abrir os olhos já aquele
sorriso
“meio-estúpido “ está no rosto e prolonga-se por todo o dia - nenhuma razão
em especial. Assumo simplesmente: “hoje acordei feliz” – sem explicação para o
diferenciar dos outros acordares.
Nesses dias tenho uma necessidade maior de caprichar na
“vestimenta” – como sendo imperioso que o brilho interior contamine a imagem.
Nos dias “não,” é quase - “qualquer coisa serve”.
As cores são escolhidas conforme a disposição, sem que
tenhamos consciência de que o fazemos. Por isso acontece termos que trocar
roupas que noutros dias nos fizeram sentir tão bem.
A imagem fala, sem que precisemos de descrever como nos sentimos.
A imagem fala, sem que precisemos de descrever como nos sentimos.
Há uma
correspondência directa entre o que vestimos e o nosso estado de humor.
Penso que nós “mulheres” temos necessidade de mais roupas e
mais variadas que os “homens”, precisamente porque nos caracteriza uma grande
variação de humor.
Senão vejamos, qual de nós aguentaria vestir fato escuro com
camisa clara durante 365 dias seguidos, ano após ano?
Só mesmo uma criatura cujo temperamento varie numa linha recta.
Só mesmo uma criatura cujo temperamento varie numa linha recta.
O meu varia entre picos positivos e negativos, por vezes no
espaço curto de umas horas.
Ocorreu-me outro dia, que me apeteceu vestir vermelho, que a
roupa tem em nós o mesmo efeito para o “olhar”, que as penas nas aves.
Podemos vestir-nos sóbrias, como um melro ou exuberantes,
como as aves do paraíso.
Quanto mais coloridas e vistosas, maior o poder de atracção.
É estranho pensar
neste poder, pois o curioso é que as aves não as tiram…
Quando despidas, devíamos sentir-nos, como “Sanção sem o
cabelo”- mas a verdade é que as roupas a que damos tanta importância perdem
toda a prioridade quando as tiramos.
Benvinda Neves
Março 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
Praia da Azarujinha ...
Praia da Azarujinha
Em São João do Estoril
Numa tarde maravilhosa como foi a de hoje
em que tive o prazer de ser brindada por um céu azul
e um sol ameno, que me acompanharam
num passeio junto ao mar.
Tenho recordações lindas desta pequena praia,
perto do Liceu onde andei e que era a grande sala de convívio
de todas as nossas horas livres.
Aqui cantámos, dançámos e conversámos muito
enquanto algum amigo dedilhava viola.
Foram tempos lindos em que o mundo era apenas
esta praia e a nossa jovem alegria.
Ainda gosto muito de vir aqui e sentar-me,
simplesmente para olhar o mar.
Benvinda
Neves
segunda-feira, 24 de março de 2014
A importância do toque…
A importância do toque…
É quase impossível estar na mesma sala em que
outras pessoas conversam e não se ouvir (ainda que sejam desconhecidos).
Podemos depois prestar ou não atenção, dependendo do tema e dos intervenientes.
Outro dia escutei uma troca de impressões
entre uma pessoa ligada às artes e outra da área da saúde e porque era
interessante o que conversavam despertou o meu interesse.
Era culta e motivante a senhora que falava com
paixão sobre cultura, filmes, pintura e escultura. Fiquei presa, tal como o seu
interlocutor. Tudo o que dizia era confirmado por toda a postura física,
palavras quase cantadas, gestos e sorrisos – uma pessoa realizada
profissionalmente, não restavam dúvidas.
Foi precisamente isso que ele observou:
“ a senhora nota-se que gosta daquilo que faz”.
“ a senhora nota-se que gosta daquilo que faz”.
“Oh sim, adoro e ao contrário da sua profissão
a minha não é nada monótona e repetitiva”.
Fiquei a olhar para eles, pois tenho opinião
contrária à dela – percebi pela expressão que ele ficou desiludido com a
observação e contrapôs:
“Também
adoro o que faço, não trocava por nada e não acho nada monótono e repetitivo -
pelo contrário é muito gratificante”. Enquanto argumentava olhava-me nos olhos
(pois os meus devem ter falado) com um sorriso, como quem me convida a
participar.
“Também discordo da senhora. Ainda a semana
passada comentava que além de terapeutas físicos, eles são também terapeutas
psicológicos. Ouvem e aconselham doentes com todo o tipo de problemas. Não acho
nada uma profissão monótona, mas desafiante. Considero ainda que mentalmente
são pessoas muito fortes, que precisam de grande preparação, para não
armazenarem toda a carga negativa transmitida pelas queixas constantes de quem
vive momentos maus da vida e lamenta o sofrimento. Além de serem os únicos
ouvintes de muita gente que aqui vem e vive só”- comentei.
“É exactamente como diz - é precisamente o que
sinto. Sabe é que muitas pessoas não têm consciência da importância do contacto
físico. Mas o facto de tocarmos nas pessoas leva a um relacionamento que
desenvolve como que uma certa intimidade que as faz desabafar e conversar
sobre tudo o que as aflige. Precisamos sentir que somos aceites por aquela
pessoa e que há cooperação, para que resulte. Já tem acontecido
termos que trocar entre nós, por sentirmos que o doente não está à vontade”.
Vim para casa e dei comigo a pensar nestas
importantes palavras – que fazem com que admire ainda mais uma pessoa que
considero excelente profissional.
A
importância do nosso toque. Raramente se tem
consciência que o facto de tocarmos em alguém quebra barreiras e nos aproxima.
As nossas mãos têm o poder de dar conforto,
sem que sejam necessárias palavras.
Têm a magia de abrir caminho para o coração
dos outros.
É
verdade que quando a pele é tocada por outra sentimos reacção – transmite-nos
sentimentos.
Todos deveríamos ter uma mão na nossa, no
momento da partida, para sentirmos que fomos amados até ao fim.
Quando tocamos em alguém transmitimos-lhe
parte da nossa energia e manifestamos o nosso sentir – por isso nos arrepiamos
e excitamos quando apaixonados ou nos encolhemos e repudiamos quando não é
suposto tocarem-nos.
A maneira mais encantadora de tocar em alguém
- é através de beijos e abraços.
Nunca esqueceremos quem nos
abraçou e beijou com doçura e desejo – é a forma mais linda de deixarmos parte
de nós com os outros.
Benvinda Neves
Março 2014
domingo, 23 de março de 2014
sábado, 22 de março de 2014
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