Fui ver o mar …
O mar azul pintalgado de chumbo,
reflexo das nuvens negras que
coroavam o céu,
compunha revolto num marejar
incansável,
uma melodia inconstante,
desfeita em dedos gigantes de espuma.
desfeita em dedos gigantes de espuma.
Como pode a areia tão fina e delicada
abraçar tanto mar?
abraçar tanto mar?
Mas ele, insistentemente cai-lhe nos
braços,
Envolve-a, percorre-a, beija-a e
liberta-se,
voltando sempre poderoso
em majestosas marés.
em majestosas marés.
Serena ela não se cansa de o esperar.
Deleita-se quando ele se espraia
sobre ela,
deixa-se moldar em cada onda, ao sabor
da maré,
abandonando até parte de si ao mar
amado.
Oiço o cantar que se liberta do
encontro entre os dois,
que alheios à minha presença
indiscreta,
nem reparam que ali estou.
Pois fui ver o mar…
E sem querer apanhei-o a namorar.
Benvinda Neves
Novembro 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário