Esperança…
Sou
um barco pequeno construído em madeira,
Pintado
às barras em tons fortemente coloridos.
Antes
da minha primeira viagem,
Em
terra fui baptizado com o nome de “Esperança”.
Sobre
troncos rolei empurrado areal abaixo
E
foi assim que sem vontade própria, me fiz ao mar.
É o
mar que me dá vida,
Sem ele eu não faria sentido.
Sem ele eu não faria sentido.
Mas
é o mar também que me açoita e quase destrói,
Em
inúmeras investidas.
Este
mar caprichoso no qual e pelo qual vivo,
Mas não posso confiar.
Mas não posso confiar.
Em
dias amenos embala-me,
Balança-me e murmura-me
Balança-me e murmura-me
Deixando-me
suavemente
Envolvido em seus braços,
Até adormecer.
Envolvido em seus braços,
Até adormecer.
Em
dias de fúria, entre uivos animalescos,
Abana-me, empurra-me,
Abana-me, empurra-me,
Repudia-me e maltrata,
Dizendo que não lhe pertenço.
Quando
me questiono,
Sinto-me perdido nesta imensidão,
Sinto-me perdido nesta imensidão,
Pois
sou um barco pequeno,
Cuja morada é o mar infinito,
Cuja morada é o mar infinito,
Um
lar enorme...
Onde me posso perder ou mesmo morrer.
Onde me posso perder ou mesmo morrer.
Nos
dias em que decido apenas viver,
Sou
um barco pequeno, colorido e livre,
Que
pode percorrer qualquer maré sem se cansar,
Pois
navegar é meu destino
E a minha casa é o mar sem limites.
E a minha casa é o mar sem limites.
É o nome que me dá força,
Pois
como poderia sobreviver,
Se
meu nome não fosse “Esperança”?
Benvinda Neves
Novembro 2012
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